27 de abril de 2016

PARA OS EUROPEUS ISTO SERIA CONSIDERADO FALTA DE CHÁ...

... mas em Angola, aparecer em casa de alguém sem ter sido convidado é perfeitamente usual e a reacção de quem recebe as visitas inesperadas é sempre de alegria, abrindo os braços para oferecer um forte abraço e felicitando sempre quem chega com um "Bem vindo! Entra, a minha casa é a tua casa!" 

Ora eu, europeiazinha de gema e com a regra de boa etiqueta gravada na cabeça de que não se deve ir a casa de alguém sem ser convidado, senti-me muito desconfortável quando em Dezembro do ano passado, cerca de 3 meses após a minha chegada a Angola e de vivência num condomínio privado, me aparecem à porta 3 meninas, que eu não conhecia de lado algum, para brincar com as minhas filhas. Eram nossas vizinhas no condomínio, tinham já visto as minhas filhas a passear no condomínio e portanto decidiram vir a nossa casa apresentar-se e brincar. Assim, sem complicações, sem problemas, sem maldades.

E quando entraram pela primeira vez em nossa casa, trataram-me logo por "tia" (já te falei disso aqui), e falaram comigo como se já nos conhecêssemos à muito tempo, e foram brincar com os meus filhos, e sentiram-se perfeitamente à vontade em nossa casa, e pediram para lanchar, e fizeram perguntas, e agradeceram as termos recebido tão bem, e foram-se embora com a promessa dada de voltarem no dia seguinte.

Tudo isto foi vivido por mim na primeira vez com grande stress - por não saber o que fazer, o que dizer, como me comportar.

Mas depois, esta forma de ser entranha-se lentamente. E hoje em dia, embora ainda não consiga aparecer sem avisar em casa de alguém - o meu lado europeu ainda não me permite essa descontração - já abro os braços para oferecer um forte abraço a quem vem a minha casa sem avisar. Porque por estes lados, todos os momentos são perfeitos para celebrar o convívio, a amizade e, acima de tudo, a vida! 

Faz sentido, não achas?

26 de abril de 2016

OS FIOZINHOS QUE NOS UNEM

Pode ter sido dois pirralhos de 2 anos que agora estão uns pré-adolescentes assustadoramente crescidos a razão de nos conhecermos, mas foi a tua forma de ser e estar no mundo que me fez gostar de ti e querer te manter na minha vida, fará neste setembro 10 anos.

Conheci pessoas antes de ti que julgava poderem pertencer para sempre ao meu núcleo, mas afinal estava enganada - não por responsabilidade delas mas antes inteiramente minha - porque as minhas expectativas em relação a elas estava errada.

Conheci pessoas depois de ti que depressa se instalaram também no meu coração e julgo que também andarão por cá algum, arrisco muito, tempo, porque já sei o que quero e quem quero ao meu lado na minha vida.

Esta distância que nos separa só tem servido para cimentar o bom que nos une. Esta distância que nos aproxima tem-me ensinado que o que é real não desaparece só porque não estamos no mesmo local. Esta distância que agora faz parte da minha vida tem sido uma aliada para mim - agora vejo-o - porque só com o confronto da distância me dei conta que continuo presente em todo o local, pois vivo no coração das pessoas que gostam de mim, assim como elas vivem no meu. 

Embora sinta que neste momento o meu lugar é a 8690,2kms de distância de ti, os fiozinhos que nos ligam estão bem apertados e vibram muito, sempre, todos os dias! Porque todos os dias estás comigo, no meu coração!

Gosto muito de ti.

18 de abril de 2016

Dos abraços...

Li uma frase deliciosa que dizia que um abraço é um aperto que alivia.
Sem dúvida: um abraço bem dado deita por terra as saudades e reduz a distância e o tempo.

Gosto muito de escrever algo que só TU entendes!

:)