8 de junho de 2016

O QUE MAIS ME CUSTA ASSISTIR NO SER HUMANO...

... é a facilidade com que magoa emocionalmente outro. Como as feridas infligidas não são visíveis a olho nu, "espeta-se" inesperadamente a faca, muitas vezes até se faz a roda com ela, e vira-se levianamente costas, sem olhar para trás e muitas vezes sem remorsos de qualquer tipo.

Dizia eu, como as feridas infligidas não são visíveis a olho nu, o ferido questiona-se sobre se vale a pena dizer que está dorido. Na alma e no coração. Provavelmente não lhe será prestada atenção. Porque nada se vê a olho nu. Para muitos.

Mas outros olhares vêem. Outros olhares pressentem a dor, acorrem ao ferido para o confortar e ajudam a limpar as feridas. Mesmo sem que o ferido tenha mencionado onde essas feridas latejam.

Certos olhos conseguem ver a alma e o coração de outros. Porque estão ligados a eles, por milhares de milhões de pequenos fiozinhos. E por isso, se algum pedacinho do coração de um doí, o outro sente a picada e acorre de imediato. 

Para amenizar a dor, basta muitas vezes só um abraço. Ou algumas palavras doces. Não é preciso muito quando se tem a certeza de que estamos em porto seguro, em segurança, rodeados de compreensão e empatia.

E não é preciso estar geograficamente próximo para confortar e apoiar. Basta ter o coração no local certo e a alma equilibrada. Os fiozinhos fazem o resto. Mesmo que estejamos a 8.690,2kms de distância. Ou sentadas lado a lado a tomar café.