Demorei a entender, mas lá cheguei, finalmente: este ano não estava com grande vontade de montar a árvore, de decorar a casa, de fazer embrulhos... porque me faltaria o nosso jantar.
Aquele que ainda dava trabalho a agendar, por causa das agendas complexas de todos nós.
Aquele que ainda dava trabalho a concretizar, porque prendas a menos de €2,00 e cómicas não se encontravam da noite para o dia (ainda tenho AQUELA tanga verde alface!).
Aquele que começava perto das 20:00 e terminava bem depois da Cinderela perder o sapatinho.
Este ano, esse nosso convívio não aconteceu.
Este ano, por esse convívio não acontecer, não nos apeteceu agendar mais nenhum.
Este ano, por tudo isso, a árvore foi montada a escassos dias do Natal.
Eu bem tentava perceber porque não me apetecia; se seria do excesso de trabalho, do muito cansaço... mas não! Inconscientemente, faltou aquela motivação - o nosso jantar de Natal.
Curiosa a nossa mente, não é?
Habituamo-nos de tal forma ao conforto da proximidade que depois, quando ela não está lá, ficamos incompletos - embora nem sempre vejamos porquê a tempo. É preciso marinar para que possamos desacelerar e constatar o quanto um momento partilhado há tanto tempo (a 6, a 7, a 8 e a 9) nos diz - ao ponto de a impossibilidade de o realizar nos deixar... desconfortáveis.
Mas, voltando à teimosia que motivou este blogue, eis senão quando uma mensagem recebida via Viber dá origem a uma chamada via Skype.
Não foram as horas habituais.
Não foram as conversas habituais.
Mas foram os sorrisos habituais - os nossos.
E foi o carinho que nos caracteriza.
Este ano o Natal demorou a chegar ao meu coração - admito.
Mas ele lá chegou de mansinho e às 22:45 de 24/12, durante 3 minutos e 20 segundos, o meu/nosso Natal ficou completo.
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